"...fiz um retrato calado / do falado teatro da vida..."
semana agitada. vários shows (porongas, caricatus, dona chica), eventos diferentes... diversidade. essa foi a semana do teatro... segunda-feira passada foi o dia do teatro. houve uma programação durante a semana... na sexta tocamos na inauguração do galpão das artes, na gameleira.

o evento tinha uma programação com poesia, teatro e música, com os porongas... houve um atraso... nada que atrapalhasse... a fetac, federaçao de teatro do acre fez uma manifestação... insatisfeitos com a política cultural do estado... liberdade de expressão. falaram, desabafaram... fizeram uso do direito constitucional de dizer o que pensam... eu lembrei do manfredini, o manfredo, o renatinho, aquele que por causa do bertrand russel mudou o nome pra russo... o manfredo não fazia teatro, mas conhecia como ninguém, dentre a turma do cerrado, a obra do sheakspeare, do bretch, do boal... o manfredini sabia das coisas.
qualquer dia desses eu faço um post sobre a influência do manfredo na minha vida artística, dando prosseguimento aos posts “influências influenciáveis” iniciado pelo joão (aliás, quem não leu deveria ler! vai lá embaixo!).
o manfredo falava cada coisa... lembrei de marcianos invadem a terra. música que foi lançada no álbum póstumo, uma outra estação, em 99, mas que havia sido gravada na época em que lançaram o dois, bolacha que tinha a viceral fábrica e a história de casal mais cantada pela juventude brasileira, eduardo e mônica, dentre outras canções poderosas. marcianos invadem a terra era um contrasenso.
foi excuída do dois e ficou guardada por anos... para ser lançada no disco póstumo. quando aconteceu, dividia espaço com músicas gravadas por renato, já muito abatido, em seu último ano de vida, época em que foi lançado o prelúdio de sua morte, a tempestade ou o livro dos dias... dá até tristeza quando eu lembro do disco, um dos primeiros que dissequei, ouvi mesmo, incessantemente. em marcianos renato sustentava a melhor fase de seu timbre pesado e intenso e trazia uma poesia muito peculiar, advinda da mistura de outras referências artísticas quando viveu a fase trovador solitário quando cantava se acompanhando com um violão pela capital... renato era antes de tudo um poeta e um folker man. dessa época restaram canções como faroeste e cabloco. mas... eu tava falando do dia do teatro... do galpão... ah, sim. lembrei de quando os marcianos invadiram a terra e eu cantei, dentro de mim...
“diga adeus e atravesse a rua
voamos alto depois das duas
mas as cervejas acabaram
e os cigarros também
cuidado com a coisa coisando por aí
a coisa coisa sempre e também coisa por aqui
seqüestra o teu resgate
invenena tua atenção
é verbo e substantivo, adjetivo e palavrão
e o carinha do rádio não quer calar a boca
e quer o meu dinheiro e as minhas opiniões
ora, se você quise se divertir
invente suas próprias canções
será que existe vida em marte?
janelas de hotéis
garagens vazias
fronteiras, granadas
lençóis
existem muitos formatos
que só têm verniz e não têm invenção
e tudo aquilo contra o que sempre lutam
é exatamente tudo aquilo que eles são
marcianos invadem a terra
estão inflando meu ego com ar
e quando acho que estou quase chegando
tenho que dobrar mais uma esquina
e mesmo se eu tiver a minha liberdade
não tenho tanto tempo assim
e mesmo se eu tiver a minha liberdade
será que existe vida em marte?"
o galpão das artes
o galpão é um espaço que está sendo administrado pelo grupo de teatro vivarte, com o apoio da fundação elias mansour. a idéia do espaço é reunir artistas de diversas áreas em eventos que congreguem a classe e a população com música, poesia, teatro, artes plásticas e áudio-visual. A idéia é muito boa e tem tudo pra render. o espaço tb vai contar com uma parte específica para formação. nesse aspecto já está quase fechado um curso de ritmo e percussão que vai ser ministrado pelo anzol. muito provavelmente o ecos da tribo pode voltar a ser realizado no galpão. boa sorte à rita, à dani e ao vivarte nessa empreitada.
e na inauguração...
- quem diria... a senhorita gisele lucena em cena. linda e teatral. muito bonita a performance do grupo.
- romualdo freitas também fez valer a idéia de que aquele é um espaço do teatro. o cara é bom, pacas. pena que foi curto e a galera não ter se acostumado ainda a ouvir apresentaçoes sem microfone. tudo questão de tempo.
- a james som nao decepcionou. manoel e neto comandaram e foi uma cacetada. mais uma vez rolou o homem amarelo pra galera da sonorizaçao!
- tivemos a honra de ter a luz por um ícone da iluminaçao cênica do acre, luis rabicó, que vive perguntando quando é que vai ter porongas no teatrão...
Coletivo de comunicação
e a idéia do coletivo de comunicação continua firme e forte. o espaço no site notícias da hora (http://www.noticiasdahora.com/) vai contar como anda a cena em rio branco. na quinta, data em que a coluna é postada vão rolar as resenhas sobre os shows que aconteceram no flutuante, semana passada, além da resenha do disco do álamo kário.
aqui no blog, sempre as notícias da banda e a partir de hoje... resenhas de outras pessoas sobre os nossos shows! agora eu quero ver a galera botando o dedo na ferida. rs rs rs. quem aceitou o desafio dessa vez foi o adildo neto. Segue a resenha do adaildo, sem tirar uma vírgula, sobre o show no galpão das artes.
los porongas (sexta feira - 31/03/2006)
Dia 31 de março, noite de sexta feira, Gameleira. Inauguração da Galeria da Arte do grupo VivArte. Naquele espaço quente e umido, cheio da energia amazonica e daqueles que acreditam na arte independente. Na Galeria as vibrações positivas que estampam suas paredes e portas ditou o tom e o som dos Porongas iluminaram nossas mentes. Numa noite que para muitos vai ser inesquecivel.Quando se inicia o show, acreditei estar num mundo paralelo, pois o encaixe do som com o local foi perfeito."Tudo acima do chão/ Flutuando sem paz/ A visão vem do que sentes" Tudo ao contrário. A cada musica uma miração diferente recheada de energia 100% amazônica. Nessas horas o calor pouco importava e o extase tomava conta dos presentes. "E o tormento é sempre a solução" Lego de Palavras. Destaque para Vovó Alice que ganhou uma nova roupagem, para alegria de alguns e tristeza de outros."Só misturando pra ver no que vai dar". Porém, isso comprova que os Los Porongas não se prende ao passado e coloca a prova sucessos já consagrados na boca do povo, sem medo de ser feliz. Vale resaltar também que a acústica do local estava boa e a presença de palco da banda foi simplesmente impecavel. Avante Porongas, pois, a proa quando apruma avoa!
Adaildo Neto
saudações amazônicas a todos. diogo. losporongas@gmail.com